O que é Marca? O Guia Completo: do Conceito à Proteção Legal

Forma de papel com a logo da starbuks, remetendo o que e marca
O termo marca é um conceito de negócios e marketing que ajuda as pessoas a identificar uma determinada empresa, produto ou indivíduo. As marcas são intangíveis, o que significa que você não pode tocá-las ou vê-las. Porém, ajudam a moldar a percepção das pessoas sobre as empresas e seus produtos ou serviços. As marcas geralmente usam marcadores de identificação para ajudar a criar identidades de marca no mercado. Isso é o que as diferencia de um negócio “qualquer” ou genérico. As identidades de marca fornecem um valor enorme para a empresa ou indivíduo, dando-lhes uma vantagem competitiva sobre os outros na mesma indústria. Assim, muitas empresas buscam proteção legal para suas marcas através do registro de marca.

Escolher o nome de uma empresa parece simples, mas quem já passou por esse processo sabe o quanto ele exige tempo, pesquisa e criatividade. Afinal, o nome não é apenas um detalhe: ele é a porta de entrada da sua marca no mercado e pode se tornar um dos maiores diferenciais do seu negócio.

Mas o que exatamente é uma marca? E por que ela é tão valiosa? A resposta vai além do logotipo bonito ou do registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A marca é, ao mesmo tempo, a percepção que os clientes têm do seu negócio e a proteção jurídica que garante a exclusividade do seu nome. Em outras palavras, ela é identidade e patrimônio.

Neste guia completo, você vai entender o que é uma marca sob duas perspectivas fundamentais (a do marketing e a do direito), descobrir para que ela serve, conhecer os tipos de marca que podem ser registrados e aprender como verificar se já existe alguém usando o nome que você deseja. Assim, você terá clareza para proteger seu negócio desde o início e construir valor de forma segura.

1. Afinal, o que é uma marca?

O que é uma marca? Existem duas respostas cruciais

Quando pensamos em “marca”, é comum que cada pessoa associe a palavra a algo diferente: alguns lembram de logotipos famosos, outros da sensação de consumir um produto querido, e há ainda quem pense no aspecto jurídico do registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

A verdade é que existem duas definições complementares de marca — uma do ponto de vista do marketing e outra do direito. Entender essa diferença é essencial para qualquer empreendedor.

A marca como conceito de marketing

No marketing, a marca é o conjunto de percepções, emoções e significados que um negócio transmite ao público. Ela vai muito além de um nome ou de um desenho: é a experiência que os clientes vivem quando interagem com a sua empresa.

Pense na Apple: a marca não se resume ao logotipo da maçã mordida. Ela representa inovação, design sofisticado e até status social. Da mesma forma, a Coca-Cola transmite a ideia de amizade, celebração e felicidade.

Ou seja, a marca, sob essa ótica, é a promessa que conecta sua empresa ao consumidor. É o que faz as pessoas escolherem você em vez de um concorrente, mesmo que o produto ou serviço seja parecido.

A marca como ativo jurídico

Já no campo jurídico, a marca é um sinal distintivo protegido por lei, que pode ser registrado no INPI. Esse registro garante ao titular o direito exclusivo de uso em seu segmento de mercado, impedindo que terceiros utilizem o mesmo nome ou algo semelhante que possa gerar confusão.

Voltando ao exemplo da Coca-Cola: a sensação de felicidade ao abrir uma garrafa é a marca-conceito; já o nome “Coca-Cola” e o seu logotipo, registrados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, são a marca-jurídica, que dá à empresa proteção legal contra cópias e concorrentes desleais.

Assim, a marca é identidade e patrimônio ao mesmo tempo: no marketing, ela conecta; no direito, ela protege. E quando esses dois aspectos trabalham juntos, o negócio se fortalece de verdade.

2. Para que serve uma marca?

Se a marca é, ao mesmo tempo, um conceito de marketing e um ativo jurídico, surge a dúvida: na prática, para que ela serve?

A resposta é simples: a marca é o que diferencia, identifica, conecta e valoriza o seu negócio. Ela não é somente uma formalidade ou um logotipo bonito, mas um ativo estratégico capaz de influenciar diretamente o crescimento da sua empresa.

Veja as principais funções de uma marca:

  • Diferenciação
    Em mercados cada vez mais competitivos, a marca é o que faz a sua empresa se destacar.
    Exemplo: existem dezenas de fabricantes de café, mas “Nescafé” se consolidou como referência mundial justamente devido à força da marca.
  • Identificação
    A marca torna fácil para o cliente reconhecer sua empresa em qualquer lugar.
    Exemplo: as três listras da Adidas são instantaneamente reconhecidas, mesmo sem o nome escrito.
  • Conexão com o cliente
    Uma marca forte cria vínculos emocionais, gera confiança e fideliza consumidores.
    Exemplo: a Natura vai além de cosméticos; sua marca transmite valores como sustentabilidade e brasilidade, que conectam profundamente com seu público.
  • Valorização do negócio
    Marcas sólidas se tornam ativos intangíveis de altíssimo valor.
    Exemplo: grande parte do valor de empresas como Google e Apple está justamente na força de suas marcas, que sozinhas valem bilhões de dólares.

Em resumo: uma marca bem construída e registrada protege seu nome, atrai clientes e aumenta o valor da sua empresa no longo prazo. É por isso que empreendedores que pensam no futuro não deixam esse ativo de lado.

3. Tipos de marca que você pode registrar

Ao pensar em registrar sua marca, é importante entender que não existe apenas um tipo de proteção. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial aceita diferentes modalidades de registro, que variam conforme sua marca é apresentada ao público.

Conheça os principais tipos:

  • Marca Nominativa
    Protege somente o nome, sem considerar estilo de letra, cores ou elementos gráficos.
    Exemplo: o nome “Nike” registrado como palavra pura.
    • Marca Figurativa
      Refere-se apenas a um símbolo, desenho ou imagem que represente a marca.
      Exemplo: o famoso swoosh (✓) da Nike, sem o nome escrito.
  • Marca Mista
    Combina elementos nominativos (nome) e figurativos (logotipo).
    Exemplo: o conjunto “Nike” + swoosh.
  • Marca Tridimensional
    Protege a forma plástica distintiva de um produto ou sua embalagem, desde que não seja funcional.
    Exemplo: a garrafa icônica da Coca-Cola, cujo design é reconhecido em todo o mundo.

     

  • Marca de Produto ou Serviço
    Além de identificar produtos físicos, também pode ser registrada para serviços prestados.
    Exemplo: Uber registrada como marca de serviços de transporte.

Cada tipo de marca cumpre um papel diferente na proteção do seu negócio. Por isso, é comum que empresas invistam em mais de um registro (por exemplo, nome + logotipo) para ampliar a segurança jurídica e impedir cópias.

Registrar corretamente significa blindar não somente o nome da sua empresa, mas também os elementos visuais e até mesmo formas exclusivas de produtos.

4. Como saber se uma marca é registrada?

Antes de investir tempo e dinheiro em uma identidade visual ou em um nome de empresa, é essencial verificar se a marca já existe. A boa notícia é que esse processo pode ser feito de forma simples e gratuita.

Existem duas ferramentas principais para essa consulta: o site do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, no Brasil, e a plataforma internacional TMView.

Consultando no INPI

O INPI é o órgão oficial responsável pelo registro de marcas no Brasil. No site do INPI, você encontra um sistema de busca que mostra se uma marca já está registrada ou em processo de registro.

Passo a passo para consultar:

  1. Acesse o site oficial do Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
  2. Vá até a área de Busca de Marcas.
  3. Escolha a opção “Marca” e, em seguida, “Consultar por Marca”.
  4. Digite o nome que deseja verificar.
  5. Confira os resultados e observe em quais classes (categorias de produtos ou serviços) aquela marca já está registrada.

Dica prática: mesmo que o nome esteja em uso em outro segmento, ainda é possível registrar a sua marca em uma classe diferente.

Usando o TMView

Desde 2016, o INPI aderiu ao TMView, uma plataforma internacional que reúne informações sobre pedidos e registros de marcas de dezenas de países.

Como usar:

  1. Acesse o TMView.
  2. Digite o nome desejado no campo de pesquisa.
  3. Analise os resultados: o sistema aponta se a marca está registrada, em que país, sua classificação e até a data do pedido.

A vantagem do TMView é que ele permite verificar se a marca já existe não apenas no Brasil, mas também em outros mercados. Isso é especialmente útil para empresas que planejam expandir seus negócios para fora do país.

Em resumo: antes de se apaixonar por um nome, pesquise no Instituto Nacional da Propriedade Industrial e no TMView. Esse cuidado simples pode evitar dores de cabeça e até processos judiciais no futuro.

5. Posso registrar minha marca mesmo que já exista outra?

Essa é uma das dúvidas mais comuns entre empreendedores: se já existe uma marca com o mesmo nome, ainda assim posso registrar a minha?

A resposta é: depende da situação.

Conforme a Lei da Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/96), não é permitido registrar uma marca que reproduza ou imite outra já registrada se ambas forem usadas para identificar produtos ou serviços idênticos, semelhantes ou que possam gerar confusão no consumidor.

Mas há um detalhe importante: o INPI organiza as marcas em 45 classes diferentes (34 para produtos e 11 para serviços). Isso significa que duas empresas podem ter o mesmo nome, caso atuem em segmentos totalmente distintos.

Exemplos práticos:

A marca “Delta” pode existir como companhia aérea (Delta Airlines) e também como fabricante de metais sanitários (Delta Metais), porque estão em classes diferentes.

Já seria impossível registrar uma nova marca de refrigerantes chamada “Coca-Cola”, pois ela estaria na mesma classe da empresa original.

Em outras palavras, o que importa não é somente o nome, mas também a classe em que ele está registrado.

Por isso, antes de investir no branding do seu negócio, é fundamental fazer a busca correta no Instituto Nacional da Propriedade Industrial e entender em qual categoria sua marca se encaixa. Assim, você evita frustrações e garante segurança para crescer.

6. O que fazer se o nome já estiver registrado?

Descobrir que o nome desejado já está registrado pode ser frustrante, mas não significa o fim do seu projeto. Na verdade, existem alternativas estratégicas para contornar essa situação e seguir em frente com segurança.

Criar uma nova identidade

Se outra empresa já possui o registro em sua classe, o caminho mais seguro é repensar o nome e a identidade visual. Pode ser uma oportunidade para criar algo ainda mais forte e original.

Dica: um especialista em naming pode ajudar a encontrar alternativas criativas que mantenham a essência da sua ideia inicial.

Explorar variações criativas

Às vezes, pequenas mudanças tornam o nome único sem perder sua força. Isso pode incluir ajustes de grafia, uso de combinações ou acréscimos que reforcem o conceito da marca.

Exemplo: se “Vida” já estiver registrado em cosméticos, “Vida Pura” ou “Essência Vida” podem abrir novas possibilidades.

Acompanhar a caducidade de registros

O registro de marca tem validade de 10 anos, podendo ser renovado pelo titular. Caso a empresa não renove no prazo ou deixe de usar a marca por mais de 5 anos, você pode tentar registrá-la.

Dica prática: monitore marcas próximas da data de vencimento no INPI.

Reforçar a originalidade do negócio

Além de evitar conflitos legais, criar um nome único fortalece a sua presença no mercado e facilita o reconhecimento pelo consumidor.

Em qualquer um desses cenários, contar com apoio profissional é essencial para evitar decisões precipitadas. A Move On acompanha diariamente processos no Instituto Nacional da Propriedade Industrial e pode indicar o melhor caminho para garantir que você tenha uma marca sólida e exclusiva.

7. Ainda quero registrar mesmo existindo outra marca — é possível?

Mesmo quando já existe uma marca registrada com o nome que você deseja, ainda há situações em que é possível buscar o registro. A legislação brasileira prevê alguns caminhos específicos que podem abrir essa possibilidade.

Pedido de nulidade

Se o registro anterior tiver violado a Lei da Propriedade Industrial, você pode entrar com um pedido administrativo de nulidade no INPI. Esse pedido deve ser feito em até 180 dias após a concessão do registro.

Exemplo: se a marca registrada for idêntica a uma de uso notoriamente conhecido antes da data de depósito, é possível solicitar a nulidade.

Pedido de caducidade

A caducidade acontece quando o titular não utiliza a marca por um período superior a 5 anos consecutivos, ou quando não houve uso efetivo nos primeiros 5 anos após a concessão. Nesses casos, qualquer interessado pode solicitar a caducidade e abrir espaço para registrar a marca.

Direito de uso anterior

Se você comprovar que já utilizava a marca há pelo menos seis meses antes do pedido de registro feito por outra empresa, pode reivindicar prioridade no registro.

Diferença na apresentação da marca

Quando a sua proposta é gráfica ou conceitualmente diferente de uma marca existente, mesmo que compartilhem o mesmo nome, ainda pode haver chance de registro. Isso é mais comum em casos de marcas mistas (nome + logotipo).

Marcas fracas

Algumas marcas, mesmo registradas, têm baixo grau de exclusividade por utilizarem termos genéricos ou comuns, como “Rei do Pão” ou “Mestre da Pizza”. Nesses casos, o INPI pode aceitar registros semelhantes se houver diferenciação suficiente.

Em todos esses cenários, contar com orientação profissional é essencial. Processos de nulidade, caducidade ou defesa de uso anterior exigem conhecimento técnico e estratégia. A Move On pode analisar cada caso, indicar os melhores caminhos e cuidar de toda a burocracia junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial para proteger o que é seu.

A marca é muito mais do que um nome ou logotipo: ela representa a identidade do seu negócio, a percepção que os clientes têm sobre ele e a proteção legal que garante exclusividade no mercado. Uma marca bem construída diferencia, identifica, conecta e valoriza sua empresa, tornando-se um verdadeiro ativo estratégico.

Registrar sua marca no INPI é o passo essencial para proteger esse patrimônio. Sem essa proteção, você corre o risco de disputas legais, cópias por concorrentes ou até perda de oportunidades de crescimento. Por isso, planejamento, pesquisa e orientação profissional são fundamentais desde o início.

Na Move On, cuidamos de todo o processo de registro e monitoramento da sua marca, garantindo que você tenha segurança e tranquilidade para focar no crescimento do seu negócio. Não deixe sua marca vulnerável: registre-a hoje e transforme seu nome em um verdadeiro ativo protegido.

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